sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lançamento: "Intenso Infinito" de Teris Henrique Filho

Uma poesia sem limitações de força e grandeza. Esta é a idéia que “Intenso Infinito” (Ed. agBooks 206 págs), o novo livro do poeta Teris Henrique Filho me transmite. Segundo livro, que é lançado 7 anos após o primeiro, mostra que neste longo hiato, o poeta atingiu o seu nível de criação mais delicadamente possível. Falar de amor é coisa que todos os poetas fazem, mas falar de amor de uma forma pessoal e abrangente, não. Certos poemas deste livro poderiam ser encontrados em milhões de diários e cadernos mundo a fora. Teris consegue ser a voz única de tantas pessoas que, todos os dias, acordam, vivem, sofrem e são felizes – não exatamente nesta mesma ordem.

“Vivo num mundo inóspito
Tenho os ossos fracos
Os versos vazios
O sorriso vago
Mal entendo o tempo”


Todos entendemos, Teris, e é por isso que sua poesia tem essa capacidade de ser coletiva. Em seu livro Anjos, Divas, Príncipes, Diabos, Sirigaitas e Loucos convivem, nem sempre em harmonia, mas trilham o mesmo caminho: o difícil trajeto da paixão.
Na orelha, escrita por Hudson Pereira, senhor e dono deste blog, eu afirmo sem dúvida que: “A poesia de Teris Henrique Filho não cabe na pequenez que é a vida, por isso é infinita. Ela também não cabe dentro das fronteiras dos cinco sentidos, por isso é intensa. (...) Eis um poeta que atravessa as barreiras da modernidade com um coração que carrega todas as idades. Um poeta corajoso, que desbrava caminhos inexplorados. Eis aqui Teris Henrique Filho, poeta por excelência, um poeta infinitamente intenso.

“Palavras não adiantam muito quando um gesto é mais eficaz.”

“Tem um céu dentro do mar e um calor dentro de mim."

Nunca posso deixar de amar qualquer paixão.”

“O vento me acompanha com seu som de violino, e caos.”

“Os anjos não têm sexo, e os poetas também não.”
.
E para vocês, o poema que dá título ao livro:

INTENSO INFINITO

A imensidão é uma doce nostalgia
De flutuantes amores incondicionais
Intenso infinito de pura melancolia
Refúgio encantado de pobres mortais...

Prazer e ilusão de noites a fio
Calor da alma de angústias freqüentes
Grande fortaleza de imprevistos calafrios
Que guarda quimeras e choros inocentes...

Dimensão de flores e de vozes vibrantes
Onde os sentidos se rendem ao acaso
Local poderoso de incríveis instantes
Segredo íntimo de amantes indomados...

Propenso lugar de abraço e proteção
Mesmo que de sonhos e saudade dolorosa
Eternidade afável colorida à mão
Seja de azul, amarelo ou cor-de-rosa...
.
O livro estará a venda a partir de hoje, dia 25 de setembro através do site http://www.agbook.com.br/book/25109--Intenso_Infinito e no dia 15 de outubro será a tarde de autógrafos, o convite pode ser conferido abaixo:




Texto: Hudson Pereira
Fotos: Divulgação

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O lado poeta de Fernanda Young

Ela é conhecida por escrever, ao lado do marido Alexandre Machado, roteiros para a TV (Os Normais, Separação, Os Aspones, O Sistema) e para o cinema (Os Normais 1 e 2, Bossa Nova) e como apresentadora dos programas Irritando Fernanda Young e e Saia Justa. Mas acima de tudo Fernanda é escritora, e também poeta.

A originalidade já característica de seu trabalho também aparece em “Dores do Amor Romântico, seu primeiro e único livro de poemas.
Apesar do título não espere um livro de poemas românticos e delicados, não, Fernanda oferece o lado sombrio do amor, a face mais obscura que um coração pode ter. Na orelha, somos avisados que neste livro “o herói é o voluntarioso amor, exposto em toda sua coragem, precipitação e dor, e neste duelo ninguém é poupado.” E não é, nem o eu que escreve nem o eu que o lê.

No poema de abertura ela nos alerta, que ser poeta é apenas uma fuga:

“É melhor continuar escrevendo
essas frases curtas, que assim amontoadas,
dão um ar de coisa pensada,
que nem é, sabe? nem é importante...
(...)
quando dá essa vontade louca de morrer, é bom
fingir ser um poeta. É. É melhor continuar escrevendo.”


Fernanda encara suas fragilidades sem medo de se mostrar, pois a poesia é feita pela verdade, não há ficção ou personagens. Há a própria F. Young exposta sem pudor:

“O problema é que sou tola e
carente,
mas não me deixo enganar,”

“Fernanda.
Má. Feia. Egoísta. Ladra. Invejosa.
Definitivamente desnecessária.
Então melhor
morta.”


A possibilidade da morte e do suicídio ronda todo o livro, porque a dor do amor romântico comprime toda vida e toda possibilidade de paz, o amor é feito para os fortes, e a mulher não é. Ela conversa com Sylvia Plath (Poeta americana que se suicidou em 1963 por não suportar o divórcio com o poeta Ted Hughes, seu grande amor).

S. Plath

Que cor tem a morte?
Doce amiga, que cor
tem o alívio da
partida?
(...)
Diga-me, para que
minha curiosidade
não me leve até você.


Ao longo do livro, há sempre uma crescente sensação de desespero e ansiedade, seguidos por breves momentos de alívio. Só que o alívio não compensa, se amar dói, não amar dói mais ainda, e é preciso remexer no passado para manter o pique:

“Quando um amor termina
tenho vontade de desenterrar
todos os outros, os já terminados
mil anos atrás”


E o pique é mantido.