quarta-feira, 30 de março de 2011

Sylvia Plath Forever!

Sylvia Plath foi uma americana rica, bonita, loira e tinha olhos verdes. Sylvia Plath foi uma americana inteligente, culta, talentosa e tinha uma carreira promissora como escritora e professora universitária. Sylvia Plath foi uma mulher que amou demais, e isso parece ter engolido todos os adjetivos anteriormente citados. No início dos anos 50, Sylvia estudava na Universidade de Cambridge, onde era bolsista integral devido à suas incríveis qualificações. Foi lá que conheceu o poeta Ted Hughes, com quem veio a se casar em 1955, 4 meses após conhecê-lo. Contudo, a vida com Hughes não seria nada fácil e transformaria a promissora carreira de Sylvia em coadjuvante à do marido.


( Sylvia e o marido, o poeta Ted Hughes)


“Vi minha vida se desenrolar diante de mim como uma figueira de um conto que havia lido. Da ponta de cada ramo, um gordo figo roxo acenava e me seduzia com um futuro maravilhoso. Um figo significava um marido e um lar feliz com filhos, outro era uma poetisa famosa, outro uma professora, outro era Esther Greenwood, a surpreendente editora, outro era a Europa, a África e a América do Sul, outro Constantin e Sócrates e Átila, um bando de amantes com nomes esquisitos e profissões originais, outro ainda era uma campeã olímpica, e acima de todos esses figos havia muitos outros que eu não conseguia entender. Vi-me sentada sob essa figueira, morrendo de fome, só porque não conseguia decidir qual figo escolheria. Queria-os todos, e escolher um significava perder o resto. Incapaz de me decidir, os figos começavam a murchar e apodrecer, e um a um caiam no chão a meus pés.” Esse é um trecho de “The Bell Jar” (A redoma de vidro) seu romance autobiográfico, onde Sylvia contesta as escolhas durante a vida, e o impacto que a morte de seu pai, quando ela tinha 8 anos trouxe para sua poesia.



Durante o casamento com Hughes, Sylvia teve de conviver com as inúmeras traições do marido, com alunas (ambos eram professores de literatura), fãs e até amigas de Sylvia, como foi o caso de Assia Wevill, a quem Hughes engravidou, e por quem abandonou Sylvia em 1962. Nos meses seguintes, Sylvia mergulhou numa depressão profunda que culminou na manhã fria do dia 11 de fevereiro de 1963 quando Sylvia suicidou-se inalando gás de cozinha. Deixando um livro pronto sobre a escrivaninha e seus dois filhos trancados no quarto. Este livro: “Ariel” tornou-se um best-seller instantâneo quando publicado, tornando sua autora a poeta de língua inglesa mais vendida e ganhando inúmeros prêmios póstumos. Uma frase do poema “Lady Lazarus” tornou-se referência quando se fala de Sylvia Plath:



“Dying Is an art, like everything else. I do it exceptionally well.”


Traduzindo:


“Morrer É uma arte como todo o resto. Eu o faço excepcionalmente bem.”

Nos anos seguintes Ted passou a ser considerado um poeta maldito. Era comum ele ser interrompido em suas palestras e apresentações sob vaias e ofensas como “assassino!”, também era comum o sobrenome de Ted ser arrancado da lápide de Sylvia. Ted morreu de câncer em 1998, deixando livros publicados sempre sob a sombra do passado. Sylvia morreu em 1963 deixou um legado maior que a vida.

Texto:Hudson Pereira
Fotos:Google


2 comentários:

  1. Esqueceu de dizer que Ted ainda ficou rico com a grana da venda dos livros da Sylvia.

    Parabéns pelo post.

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